Segurança na Prática
A Segurança das Crianças em interações com estranhos
É um tema essencial no desenvolvimento da sua autonomia, mas também na proteção contra possíveis riscos. A abordagem correta deve equilibrar o ensino de precaução com o desenvolvimento de confiança nos adultos de referência. Aqui estão alguns aspectos detalhados que você pode incluir ao tratar desse tema:
Compreender o que é um “Estranho”:
Ensinar às crianças que um “estranho” é qualquer pessoa que não faça parte do círculo familiar ou de confiança, como pais, professores, avós, e amigos próximos da família. É importante destacar que nem todas as pessoas que elas não conhecem são necessariamente perigosas, mas que não podem saber quem é confiável apenas pela aparência.
Enfatizar que o comportamento de uma pessoa é o que deve ser observado. Estranhos que pedem ajuda a crianças (como buscar algo em um carro, ou encontrar um animal perdido) estão demonstrando comportamento suspeito, uma vez que um adulto deveria pedir ajuda a outro adulto.
Perigos de Conversar ou Aceitar Presentes de Estranhos:
Conversar com estranhos: Ensinar que, em situações públicas, nunca devem se engajar em longas conversas com pessoas que não conhecem sem a presença de um adulto confiável. Mesmo que alguém pareça simpático, a criança deve manter uma distância segura.
Aceitar presentes ou convites: Explicar que os estranhos podem usar presentes, doces, brinquedos ou até mesmo convites (como “Vamos passear?” ou “Quer ver algo no meu carro?”) para ganhar a confiança da criança. É vital que as crianças saibam que nunca devem aceitar nada de um estranho sem a permissão de um adulto responsável.
Sinais de Alerta e Comportamentos Suspeitos:
Ensinar as crianças a reconhecer comportamentos suspeitos. Alguém que pede ajuda, tenta afastá-las dos seus responsáveis ou faz perguntas invasivas (sobre onde moram, para onde estão indo, etc.) deve ser imediatamente visto como um risco.
Pessoas que tentam tocar ou segurar a criança, mesmo que gentilmente, sem permissão também representam perigo.
Estratégias para Lidar com Abordagens Suspeitas:
Fuga segura: Ensinar as crianças que, se um estranho se aproximar ou tentar fazer com que elas o sigam, o mais importante é sair da situação rapidamente. Correr para um local seguro, como próximo de um adulto conhecido ou para uma área com mais pessoas, é a prioridade.
Frases-chave para sair de situações: Ensinar frases como “Não posso falar com você, vou chamar meu pai/mãe!” pode ser útil. Ao comunicar isso, a criança deixa claro que tem supervisão e não está vulnerável.
Uso de voz alta: Se o estranho insistir ou fizer algum movimento para forçar uma interação, a criança deve ser instruída a gritar por ajuda (“Socorro! Eu não conheço essa pessoa!”) e chamar atenção ao máximo. Ensine que, nessas situações, não é errado gritar.
A Importância de Contar a um Adulto de Confiança:
As crianças devem entender que qualquer situação desconfortável ou estranha deve ser relatada imediatamente a um adulto de confiança. Ensine-as a sempre contar aos pais ou responsáveis se algo incomum acontecer, mesmo que pareça pequeno ou se a criança achar que pode estar “exagerando”.
Explique que os adultos são responsáveis por sua segurança e que não há problema em errar ao relatar algo que não era uma ameaça real. O importante é sempre garantir que os pais saibam o que está acontecendo.
Uso de Código de Segurança:
Uma prática eficaz para lidar com situações imprevistas é a criação de um “código de segurança” entre pais e filhos. Caso seja necessário que outra pessoa pegue a criança na escola ou em outro local, o pai ou responsável pode fornecer uma palavra-chave para que a criança só aceite a aproximação daquela pessoa se ela souber o código. Isso evita que a criança seja levada por alguém que afirma conhecer os pais, mas na verdade não tem autorização.
Ensaio de Cenários e Simulações:
Realizar simulações ou práticas com a criança pode ser uma maneira eficaz de prepará-las. Crie situações fictícias em que um “estranho” tenta abordá-la e ajude a criança a reagir de forma segura. Isso inclui ensinar como sair de forma rápida de interações, procurar ajuda ou simplesmente manter uma distância.
Ensinar Autonomia com Segurança:
À medida que as crianças crescem, é natural que adquiram mais autonomia. Elas devem ser orientadas a sempre informar aos pais sobre aonde estão indo, com quem estarão e quais são as regras básicas de segurança. Isso permite que explorem sua independência com segurança e sob supervisão responsável.
Ao abordar o tema de interação com estranhos, o objetivo é fornecer ferramentas e habilidades que permitam à criança proteger-se de maneira proativa, sem gerar medo excessivo, mas com consciência e responsabilidade.
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